Bispo2 779x1024Viver a Semana Santa em prevenção, contenção e comunhão orante no Espírito de Cristo Ressuscitado, para, com Maria Saúde dos Enfermos, encontrarmos n’Ele a alegria de viver.

Perante os tempos difíceis que vivemos devido à epidemia do COVID-19, em conformidade com o DECRETO da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, de 25 de março, e os comunicados da Conferência Episcopal Portuguesa, de 13 de março e de 20 de março, relativamente às celebrações da Semana Santa e Tríduo Pascal, para a Diocese de Viseu, depois de uma reflexão sinodal, fica determinado o seguinte:

  1. Manter a suspensão da celebração comunitária da Eucaristia até ser superada a atual situação de emergência.

Os presbíteros celebrem de modo que os fiéis das suas comunidades saibam que estão unidos a eles, não física, mas espiritualmente, informando que podem acompanhar as celebrações transmitidas desde a Catedral de Viseu (www.diocesedeviseu.pt), nas horas abaixo indicadas ou, na impossibilidade de acesso à internet, acompanhando outras transmissões radiofónicas ou televisivas.

  1. Além das celebrações previstas para a Igreja Catedral, presididas pelo Bispo e transmitidas em direto, também nas igrejas paroquiais os párocos celebrem os mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, procurando encontrar forma de dar conhecimento aos fiéis da hora de início, para que estes possam estar unidos espiritualmente em oração familiar a partir das respetivas casas.

Quanto à transmissão das celebrações do Domingo de Ramos e do Tríduo Pascal, sugere-se que se privilegie a celebração transmitida a partir da Catedral.

Os presbíteros celebrarão em união com o seu bispo (na mesma ou noutra hora mais conveniente), eventualmente assistidos por um ou dois fiéis.

Durante este período, sugere-se que, num lugar visível do exterior de cada casa, haja uma cruz, ornamentada segundo a criatividade de cada família cristã.

  1. Domingo de Ramos. A Comemoração da entrada solene do Senhor em Jerusalém deve celebrar-se dentro do edifício sagrado omitindo-se a bênção dos ramos e adotando-se a terceira forma prevista pelo Missal Romano. Na Catedral, adota-se a segunda forma, de acordo com o já referido Decreto.
  2. Missa crismal. Dada a situação grave e de emergência do país, esta é adiada sine die.
  3. Quinta-Feira Santa. O pároco pode celebrar numa igreja paroquial, sem povo, a Missa da Ceia do Senhor. Omite-se o gesto do lava-pés, e, no final da celebração, omite-se também a procissão com o Santíssimo Sacramento, que é guardado no Sacrário.
  4. Sexta-Feira Santa. Celebre-se a Paixão do Senhor, tendo em conta as contingências sociais. Na Oração Universal, faça-se menção dos doentes, dos que estão em sofrimento, dos defuntos e dos doridos por alguma perda. O ato de adoração à Cruz com o beijo seja limitado apenas ao celebrante.
  5. Vigília Pascal. A Vigília Pascal seja celebrada pelo pároco, sem povo, numa igreja paroquial, de acordo com as possibilidades. No início da Vigília, omita-se o acender do fogo e acenda-se apenas o Círio pascal. Omitindo a procissão, recite-se ou cante-seimediatamente o Precónio pascal.

Segue-se a Liturgia da Palavra; lembramos que a Leitura III (Ex 14,15-15,1) é obrigatória, assim como a Epístola e o Evangelho. Sugere-se, para o Antigo Testamento, além de Ex 14, a Leitura I (forma breve, Gn 1,1.26-31a) e a Leitura VII (Ez 36,16-17a.18-28).

Na Liturgia Batismal, apenas se renovam as promessas batismais. Segue-se a Liturgia Eucarística.

Aqueles que não possam, de modo nenhum, unir-se à Vigília Pascal, devem rezar o Ofício de Leituras indicado para o Domingo de Páscoa.

  1. Na manhã do Domingo de Páscoa, os párocos podem celebrar a Eucaristia, sem povo, numa das igrejas paroquiais. Às 12 horas, em uníssono, como sinal de comunhão eclesial, sugere-se que, em todas as igrejas e lugares de culto habitual da diocese, se toquem os sinos em tom festivo (repique) e se reze o Pai-nosso em louvor de Cristo Ressuscitado.
  2. Em relação à Visita Pascal, ela será feita espiritualmente. Sugere-se que a família se reúna em volta de uma Cruz, se possível enfeitada, e uma vela acesa, como símbolo da Luz que é Cristo Ressuscitado, Aquele que pode dissipar as densas trevas que se abateram sobre a humanidade. Todos na mesma barca, embora em lugares diferentes, sentir-nos-emos verdadeira Igreja Pascal.
  3. Na nossa Catedral, durante a Semana Santa, estão programadas as seguintes celebrações, com transmissão on-line:

5 abril, (Domingo de Ramos) às 11H: Celebração de Ramos; 9 de abril (Quinta-Feira Santa) às 18H: Missa da Ceia do Senhor; 10 de abril (Sexta-Feira Santa) às 15H: Celebração da Paixão e Morte do Senhor; 11 de abril (Sábado Santo), dia de silêncio e oração, às 21H: Vigília Pascal; 12 de abril (Domingo de Páscoa) às 11H: Eucaristia Solene da Ressurreição do Senhor.

  1. Todos os outros eventos em calendário, previstos no Plano Pastoral, serão ponderados posteriormente, quando tudo voltar à normalidade.

Desejo a todos Santas Festas Pascais, centrando a nossa vida cristã em Cristo Ressuscitado, deixando-nos iluminar pela sua Luz e procurando cada um ser sinal de esperança e solidariedade para o mundo.

Viseu, 30 de março de 2020

+ D. António Luciano dos Santos Costa, Bispo de Viseu