Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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Celebração do Domingo

ASCENSÃO DO SENHOR Ano B

Quando nas sessões de catequese, perguntamos às crianças e aos adolescentes onde está Jesus, a maioria responde que está no céu. E se, de seguida, perguntarmos se Jesus está connosco, também respondem afirmativamente. A Solenidade da Ascensão do Senhor contém uma linguagem, inundada de simbolismos. Falar do céu, do cume de uma montanha, é sinónimo de paz, de pureza, de alegria eterna. Pois, o lugar de Deus é a paz, a vida plena, a alegria que nunca acaba. Mas o lugar de Deus é também a terra, pelo facto de Deus desejar que tudo seja céu. No evangelho, Jesus confia aos seus discípulos o encargo de continuarem a sua obra; também eles farão milagres como Ele fazia. Hoje, também Jesus nos diz o mesmo. Façamos nossa a oração da segunda leitura deste domingo. Aquilo que Paulo pede aos cristãos de Éfeso, poderia, também, dizer a todos nós: que Deus “ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos”. Está tudo muito claro! Quanto mais permitirmos que Cristo ilumine o nosso coração, tanto mais descobriremos como age em nós, ou seja, sentiremos mais o seu amor e mais o daremos a conhecer. Todos nós, que acreditamos em Cristo Ressuscitado, não nos podemos dar ao luxo de ficar com algumas noções teóricas sobre Ele. Não se trata de um conhecimento intelectual, que também é desejável, mas de um conhecimento, sobretudo, a partir da experiência: vivermos o momento presente de cada dia à luz da Palavra de Deus, ou seja, os momentos da vida iluminados pela Palavra para regressar à vida mais renovados e comprometidos. Não poupemos os momentos de oração, de leitura da Palavra de Deus, de retiro. Não poupemos os esforços por viver a Eucaristia com mais alegria e entusiasmo. Neste domingo, elevamos o nosso olhar ao céu para encontrar o alento do Espírito Santo, mas não fiquemos somente a olhar para cima, “Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?”, diziam, na primeira leitura, uns homens vestidos de branco. Elevemos o nosso olhar ao céu como quem procura alento, mas sabemos que não podemos ficar de braços cruzados. Temos de agir. Trata-se de abrir “pedaços de céu”. Onde e como? Na família, nas crianças que fazem a primeira comunhão, nos colegas de trabalho ou de lazer. Temos compromissos eclesiais, sociais, deveres como cidadãos, um país para servir e o mundo para ser transformado, tornando-se mais justo e digno. Facilmente descobriremos pessoas que necessitam de conforto, fraternidade ou ajuda. Abramos “pedaços de céu”, para que Aquele que subiu ao céu nos encoraje a continuar a sua obra, graças à força do seu Espírito. Jesus subiu ao céu, mas deixou-nos todos os subsídios para seguir o seu caminho e, sobretudo, deixou-nos o seu Espírito. Não estamos sozinhos. Estamos cheios do seu amor. No próximo domingo, celebraremos a Solenidade do Pentecostes, com a qual encerraremos o Tempo Pascal. Durante esta semana, na nossa oração, não deixemos de invocar o Espírito Santo.

Sugestão de Cânticos

Todo o repertório pascal pode ser usado: Entrada: Aclamai Jesus Cristo, F. Silva, NCT 178; Povos, batei palmas (C. Silva) – CEC II 64; Homens da Galileia (M. Luís) – CEC I 168; Ofertório: Jesus nossa redenção, F. Santos, NCT 540; Aclamai Jesus Cristo (F. Silva) – NCT 178; Não fiqueis tristes (J. Martins) – CT 760; Comunhão: Eu estou sempre convosco, C. Silva, NCT 354; Ide por todo o mundo, M. Luís, NCT 355; O Espírito que procede do Pai, M. Luís, NCT 196; Ide por todo o mundo (J. Santos) – CEC I 171; Final: Ide por todo o mundo (M. Luís) – CEC I 173.

Leitura Espiritual

A ponte que nos conduz às alturas do Céu 

(Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe): Quando o meu Filho único voltou para junto de Mim, quarenta dias após a ressurreição, elevou-se da Terra — isto é, da sociedade dos homens — uma ponte que se ergueu até ao Céu por virtude da minha natureza divina, e veio sentar-se à minha direita, Eu que sou seu Pai eterno. Foi isso que o anjo disse, no dia da ascensão, aos discípulos, que estavam como mortos, porque o seu coração tinha deixado a Terra e seguido a sabedoria do meu Filho até ao Céu: «Não fiqueis aí, pois Ele está agora sentado à direita do Pai». No princípio, fiz-vos uma ponte visível, que é o meu Filho, quando O enviei a viver entre os homens. Depois, quando esta ponte visível Se elevou ao Céu, permaneceu entre vós a ponte e o caminho da doutrina, para sempre unida ao meu poder, à sabedoria do meu Filho e à clemência do Espírito Santo. Este poder comunica a quem segue por esta via a virtude de agir, a sabedoria dá-lhe luz para lhe fazer conhecer a verdade, o Espírito Santo concede-lhe o amor que consome e destrói o amor sensual, apenas deixando na alma o amor às virtudes. Assim, pela sua presença visível e pela sua doutrina, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, e esta via é a ponte que conduz às alturas do Céu. Era isto que Ele queria significar ao dizer: «Saí de Deus e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e vou para o Pai» (Jo 16,28) e «Voltarei a vós» (Jo 14,28); ou seja, meu Pai enviou-Me a vós e fez de Mim vossa ponte, para que possais atravessar o rio e alcançar a vida. (Santa Catarina de Sena, 1347-1380, terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa, «O dom do Verbo encarnado», cap. 13, nº 29).

Padre Jorge Seixas, autor dos textos liturgia@diocesedeviseu.pt
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